terça-feira, setembro 22

acabei de ler alguém:
pedrabruta e suave
corre solta gritando
que não ama ninguém

estou sem poesia
tão crua e reta
prendi o eu-bicho
nunca mais soltei

sexta-feira, setembro 18

a carta:

um papel dobrado ao meio
escrito em bordado
tinta azulesperança
método ultrapassado

a vida em um dia
um dia nublado
inverno em mim
verão ao meu lado

depois:

fora do casulo
cor para todo lado
fazendo assim para passar o tempo:
vou até onde o rio começa
vou até onde o rio acaba

quarta-feira, setembro 16

ui! um empurrãozinho nas costas já é o sufuciente para o passarinho querer voar.
Mas já é hora?
Ele abre as asinhas vermelhas, coloridas, que recortam o azul pacífico do céu e com seus olhos, duas pitangas negras, pede coragem aos mais velhos.
o mundo é tão largo, ele pensa. E salta!
E lá embaixo alguém diz:
" Como ele sabe que pode voar?"

quinta-feira, setembro 10

acerta aqui, ajeita lá,assopra,acende, risca, devolve moço, pede, suplica, machuca os joelhos,vivo! morto! brinda (quantas vezes?), corre, respira, para de respirar, parou? não? chora, reza, planta, pede e pede de novo mas duvida que alguém escute, limpa, joga, atravessa, arranca, é no peito que dói? hum-hum, fala de novo, chove douradinho e ah esquece, é na alma.

terça-feira, setembro 8

, e ainda achava que tinha poucos irmãos no mundo,mas hora dessas percebo que encontrei mais um, e mais um, as vezes se parecem comigo de costas ou ao pé da letra, não que eu precise de gente igualzinha a mim e também nunca encontrei um irmão gêmeo, mas que é bom ver a família crescer é. Como é bom!

sexta-feira, setembro 4

Retirou da bolsa uma pequenina sacola de cetim, que usava para fazer previsões. Por acreditar na sorte, além dos mais que nas probabilidades, abriu lentamente as tiras roxas que guardavam segredo. Dentro do dia cinza, minúsculos raios amarelos ocuparam o espaço vazio: o dia era de amém.