quarta-feira, dezembro 24

o natal é uma festinha iluminada que acontece dentro do peito de cada um

felicidades!

domingo, dezembro 21

antes de mais nada: tudo
você e eu
o verde do jardim
o amor sabe pensar de si mesmo?
a esperança balança na rede
da varanda iluminada
quem dera alguma coragem
viesse nos socorrer

quinta-feira, dezembro 18

borboleta na chuva
é noticia esperada
ou molhada
(qualquer coisa vale para amansar a fé)

domingo, dezembro 14

Casa no mato, portinhas vermelhas, ninho, um carinho no coração, dois cafés bem quentes, vagas lembranças, decisões em pauta, solidão nos pés, rodelas pretas nos olhos, cansaço, sonhos sem companhia, nuvens tão brancas e um pedido de espaço azul. Livros na bagagem, encontro de dois, espírito santo dentro do arco-íris: qualquer decisão vale, truco seis, atraso, estrada branda, diálogo, três cigarros, um bom filme francês e uma noite com estrelas na cama.

quinta-feira, dezembro 11

uma noite sempre acaba quando começa o dia, enfim

segunda-feira, dezembro 8

Se essa rua fosse minha,
eu coloria de três cores e
lhe daria três nomes:
Japiaçóia, menta e já volto.
Na mesma rua,
teria ladeira
faria descer chuva de aguaceira.
E eu
rolando nas águas, lacrimosas
transparente
abre parênteses: era um porco descendo nas águas?
Olha que na rua ventaria,
balançando sonhos,
secando as horas e
chamando o tempo
pra bem longe.
Se essa rua fosse minha,
seria só minha
mas você caberia
vestido de aquarela.

quinta-feira, dezembro 4

Ela abriu com força as janelas azuis e gritou aos ouvidos do mundo:
-Simmmm!!

terça-feira, dezembro 2

mas o infinito tem lá seu charme

segunda-feira, dezembro 1

eu prefiro o mundo do que o infinito

quarta-feira, novembro 26

O asfalto era cinza bruto, cor tão dela. Sua blusa vermelha, cor preferida e o céu esverdeado como ela. Havia um velho na calçada que tecia a rede branca. Com uma ponta presa na janela e a outra acariciada pelas mãos enrugadas e carinhosas. Foi tudo que viveu no dia: um velho tecendo e o asfalto caminhando.

segunda-feira, novembro 24

a vida da minha vida
branca como a idéia
foi passear na avenida
acenando para a platéia

quinta-feira, novembro 20

muito tempo com
muito tempo sem
ele tentou o máximo que podia
ser ao contrário do bem
desviou do amém
desenganchou o f do é
pintou o céu de vermelho
e mesmo assim nada mudou

ele acha que tudo depende dele

segunda-feira, novembro 17


meu irmão veio

viramos três cartas

apertamos o peito por Cabíria

desviramos sete copos

e deixamos para próxima

os antigamentes

quinta-feira, novembro 13

Querido,

Que lugar lindíssimo!! Se estivesse ai, ia ter que ir embora arrastada. Ainda mais com esses doces!!! Deus é grande até na cozinha!!!
Sinto saudades também. Ficar em casa é difícil sem você. Tenho ficado mais tempo na rua. Vejo lojas, passo horas na sala de poltronas rosas e ouço muitas lágrimas nos outros. Quando estou aqui: escrevo. E convivo com três estranhos: inexplicavelmente comem, dão risada e tomam banho. Imagina!!
Chove dentro, fora, pra cima e pra baixo. O tempo todo e todíssimo.
Sonho que faço roupas e roupas. E depois que estou nadando, em águas claríssimas e alegres. Ah! Também sonhei que recebi uma carta minúscula da irmã da Adélia Prado e dizia assim: todo homem de qualquer raça, cor e tamanho pode mudar! Contei para meu pai e ele gemeu (pra variar não entendi). Agora repito comigo: posso mudar, mas não sei o que. Oba!
Querido, aproveite seu momento aí. Viu como você soluciona bem as coisas?? Sair para caçar o lugar das emoções!! Assim, ninguém morre, ninguém parte. Alguém viu um coração?

continue com sorte

amor

de mim

quarta-feira, novembro 12

costurei asas nas costas e poesias no peito
uma para não me esquecer
e a outra para voar:
tão simples a vida

quarta-feira, novembro 5

O tempo estreito
cabe no bolso direito
da calça xadrez
No outro bolso:
O louco
uma pequena página
arrancada
e que não era do fim

segunda-feira, novembro 3

O encontro dos olhos
em avenidas desertas
na palma aberta da mão
Só havia você:
meio manco, meio doce
montanhoso e inteiro
Na página vinte e três
do livro com capa azul
entre tantas as vírgulas
Só havia você.

quinta-feira, outubro 30

pés e mãos florescem enquanto
as idéias se abraçam enquanto
a água busca a terra enquanto
a terra da voltas em si enquanto
o mar espera o futuro enquanto
um ponto adora um ponto.

terça-feira, outubro 28

Agora é a hora do mundo ou agora não é hora de nada.
Senta aqui, bem perto para me compreender melhor: um agora nem sempre sabe o que faz. De quantos agora precisamos para fazer a vida?
Agora: café com torta de canela, pés livres e uma onda lambendo a pedra.
Qualquer noite acendo a lareira
e leio de novo
o mesmo livro de sempre.

segunda-feira, outubro 27

- Dona Maria, escrevi um conto bonito sobre você.
- Ah é? E o que diz lá, minha filha?
- Contei que você é uma costureira de histórias de dia... e á noite você faz remendos no céu.
Dona Maria deixou subir águas nos olhos . Me disse baixinho para fechar os meus olhos e depois me cutucou para abri-los. A luz do quarto estava apagada, mas e o que a fzia claro eram as estrelas grudadas no teto. E assim ela me disse:
- Você acertou, minha menina. Sempre fui mesmo amiga do céu.
- Segredo guardado, Dona Maria...

quinta-feira, outubro 23

Sol despetalando
Minúsculos pontos
Iluminando cidades
Antes esquecidas
Sol esquentando
São os mesmos pontos
incertos lugares meus
Antes escondidos

terça-feira, outubro 21

Trégua
Nega:

Estou passageira
Mas bem-vestida
(Seu Raul disse que meu número
também é 34)
e meu sapato é novo.

segunda-feira, outubro 20


um dedinho de mundo


(antigo blog)

dentro
Um sonho descoberto
tem
Palavras coloridas
tem
História inventada
Ao vento
(descanso)
planto pequenas flores
Ao vento
ofereço
( Do antigo blog)

do que quero
Canto de luz
Canto só
Canta passarinho
Contigo
Sei que as horas passam
As tardes são noites
(dentro delas)
há tempo,
pequeno tempo

domingo, outubro 19

som sim som
acabou de começar
bem vindo aonde estou
onde estou?
num pedaço de lugar
letra vixe sentido
terra copo e mar