Uma formiga mastigando um milionésimo de um torrão de açúcar, bem do topo da pilha. Ela olha o horizonte. Está pensando. E se escorregasse lá de cima, gritando bem alto como se fosse o último ato de sua vida? Um passarinho olhando a própria asa. Por que diabos precisa voar? Uma cobra se arrastando pelo mato, enroscou-se em um fiapo de pano que não sai de jeito nenhum. Vai ter que entrar na água.Uma galinha. É o que ela é, mas não se conforma. Se bem que adora minhoca. E riscar o chão também. Que não é a mesma coisa que ciscar. Por isso entre em conflito com sua vida galinhesca.O cachorro está pensando bem no assunto. Divide ou não o pedaço de carne? Pode ser bom no futuro. Mas agora a barriga ronca.O urubu está tentando pular em um pé só.A vida dos peixes anda agitada. Caiu o moinho de vento no centro do aquário.A noite vai ter festa. Um monte de grilos vai se reunir no jardim do centro. O sapo já sabe que essa noite ele não dorme.O pernilongo está sem idéias. Ou vai ver, nunca as teve.Os homens continuam cansados. De tanto pensar como se manterem no centro do mundo.
8 comentários:
rs, que bonito.
tem uma ironia suave, mas bem certeira.
gostei.
viva a macaxeira!
Acordei com os olhos no horizonte, depois olhando minhas próprias asas meio em desuso e decidi me aventurar pelo menos em voos panorâmicos por esses dias. Vamos juntas? Beijos e muita saudade,
Ana
sempre que passo por aqui saio com um sorriso de canto de boca!
que lindo poema, muito bom ;)
Beijo,
G.
Lindo! Como sempre... Voltei a te ler e a escrever! :) Que saudades de passar por aqui!
Espero sua visita!
beijos
Olá Minha Querida! como vc está? bom continua com o seu talento inabalável, parabéns! você tem o Dom de transmitir muito em poucas palavras. Bjs Encantados.
lindo!!! Vanessa, brinca com palavras e deixa seus senntidos mais sérios, aguçados.
Parabéns
abs
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